Maria Arcanja Silva aparenta ter bem mais que seus 38 anos e pelo modo como conversou conosco parece ter feito bem mais do que o primário. Há dois anos ela faz parte de um grupo de 120 pessoas que sub-trabalham na Vila São Francisco, Km 7, zona sul de Teresina. O sub-trabalho é puxado. Maria Arcanja Silva entra às 11 horas da manhã, ela ainda não almoçou, e permanece sob um sol de 40 graus até as 16 horas, quando se permite voltar para casa, descansar e comer alguma coisa. Sua casa fica próxima ao local onde trabalha, sendo assim, não precisa utilizar o transporte coletivo, como a maioria de seus companheiros de trabalho. A rotina de trabalho ainda não acabou. As 20 horas, 8 horas da noite, Dona Maria Arcanja Silva retorna ao trabalho, desta vez portando uma lanterna para a melhor visualização dos objetos a serem colhidos. Este segundo turno do seu trabalho durará até as 6 horas da manhã. Essa é a rotina diária dos catadores de lixo no Aterro sanitário de Teresina.
Assim como Maria Arcanja Silva existe uma centena de pessoas trabalhando sob um sol escaldante ou em meio a escuridão da madrugada, disputando com um número ainda maior de urubus o sub-produto que cada um de nós joga fora todos os dias. Sem contar o cheiro nauseante que invade nossos pulmões mesmo usando máscaras.
Sidnei Honório Maranhão, chefe da divisão que administra o aterro sanitário, informou que por dia chegam ao aterro sanitário 600 toneladas de lixo domiciliar, 7 toneladas de lixo hospitalar, 300 tonelada de lixo de capina, além de resíduos agrotóxicos e pneus velhos. A empresa terceirizada que realiza a coleta de lixo em Teresina, Qualix, cobra 55 reais a tonelada de lixo coletada, o que resulta ao final do més 1 milhão de reais aos cofres públicos. O preocupante nesse processo é que não há projetos de reciclagem implementado no aterro. Em 2006 a prefeitura realizou uma discussão visando a implementação de um programa de reciclagem no aterro sanitário, após dois anos o projeto continua distante da realidade de Antônio Cipriano Araújo de Moura, que há 6 anos trabalha no aterro. Com esposa e duas filhas Seu Antônio Cipriano Araújo de Moura procuro trabalho em outros lugares , porém sua pouca escolaridade foi um obstáculo determinante para o seu fracasso. Assim como os demais ele tira do lixo seu sustento e o da sua família, catando principalmente garrafas pet e metais (alumínio, ferro, etc) durante uma rotina de 11 horas de trabalho diárias.
Existe um verdadeiro esquema que cerca estes catadores. Primeiramente a entrada deles no aterro não é permitida pela administração. O chefe de divisão do aterro deixou claro a proibição da entrada de pessoas para catar lixo, mas suas palavras divergem do que realmente acontece. Quando chega o caminhão da Qualix trazendo o lixo domiciliar os catadores aglomeram-se em volta e rapidamente rasgam os sacos, que eles mal sabem o que há dentro e procuram o seu sustento. Após catarem um número considerável de quilos, os sub-trabalhadores partem para a venda do que conseguiram. Ronaldo dos Santos Silva, 26 anos, há 14 no aterro sanitário, afirma que os atravessadores cobram preços variados pelo quilo do material reciclável, 0,30; 0,40; 0,50 centavos de real. Os atravessadores, como são chamados pelos catadores, realizam a intermediação entre os catadores e as empresas particulares de reciclagem.
Ronaldo dos Santos Silva lembra bem do 1° dia que veio para o aterro sanitário , conhecido pelos catadores como “lixão” ou “Tchom”, “Eu cheguei aqui num dia, no outro entrou o real”, lembra , se referindo ao plano real que foi idealizado pelo então ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso. Com um rendimento semanal que varia de 100 a 200 reais os trabalhadores do lixão retiram dali o parco recurso necessário à sua sobrevivência e da sua família. “Eu comecei vindo pra cá pra caçar brinquedo e depois comecei a catar lixo”, relata. Nessa época Ronaldo tinha 12 anos. O discurso dos catadores se repete, “É melhor está aqui do que arrombando as portas de alguem por ai.”, confessa um; “Tem gente roubando, matando e nós estamos trabalhando no lixão.”, repete outro. Repete-se o discurso e a realidade. Grande parte dos catadores reside no Parque Dagma Maza, vila que circunda o aterro, maioria tem pouca escolaridade e todos não tiveram melhores oportunidades.
Assim como Maria Arcanja Silva existe uma centena de pessoas trabalhando sob um sol escaldante ou em meio a escuridão da madrugada, disputando com um número ainda maior de urubus o sub-produto que cada um de nós joga fora todos os dias. Sem contar o cheiro nauseante que invade nossos pulmões mesmo usando máscaras.

Sidnei Honório Maranhão, chefe da divisão que administra o aterro sanitário, informou que por dia chegam ao aterro sanitário 600 toneladas de lixo domiciliar, 7 toneladas de lixo hospitalar, 300 tonelada de lixo de capina, além de resíduos agrotóxicos e pneus velhos. A empresa terceirizada que realiza a coleta de lixo em Teresina, Qualix, cobra 55 reais a tonelada de lixo coletada, o que resulta ao final do més 1 milhão de reais aos cofres públicos. O preocupante nesse processo é que não há projetos de reciclagem implementado no aterro. Em 2006 a prefeitura realizou uma discussão visando a implementação de um programa de reciclagem no aterro sanitário, após dois anos o projeto continua distante da realidade de Antônio Cipriano Araújo de Moura, que há 6 anos trabalha no aterro. Com esposa e duas filhas Seu Antônio Cipriano Araújo de Moura procuro trabalho em outros lugares , porém sua pouca escolaridade foi um obstáculo determinante para o seu fracasso. Assim como os demais ele tira do lixo seu sustento e o da sua família, catando principalmente garrafas pet e metais (alumínio, ferro, etc) durante uma rotina de 11 horas de trabalho diárias.
Existe um verdadeiro esquema que cerca estes catadores. Primeiramente a entrada deles no aterro não é permitida pela administração. O chefe de divisão do aterro deixou claro a proibição da entrada de pessoas para catar lixo, mas suas palavras divergem do que realmente acontece. Quando chega o caminhão da Qualix trazendo o lixo domiciliar os catadores aglomeram-se em volta e rapidamente rasgam os sacos, que eles mal sabem o que há dentro e procuram o seu sustento. Após catarem um número considerável de quilos, os sub-trabalhadores partem para a venda do que conseguiram. Ronaldo dos Santos Silva, 26 anos, há 14 no aterro sanitário, afirma que os atravessadores cobram preços variados pelo quilo do material reciclável, 0,30; 0,40; 0,50 centavos de real. Os atravessadores, como são chamados pelos catadores, realizam a intermediação entre os catadores e as empresas particulares de reciclagem.

Ronaldo dos Santos Silva lembra bem do 1° dia que veio para o aterro sanitário , conhecido pelos catadores como “lixão” ou “Tchom”, “Eu cheguei aqui num dia, no outro entrou o real”, lembra , se referindo ao plano real que foi idealizado pelo então ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso. Com um rendimento semanal que varia de 100 a 200 reais os trabalhadores do lixão retiram dali o parco recurso necessário à sua sobrevivência e da sua família. “Eu comecei vindo pra cá pra caçar brinquedo e depois comecei a catar lixo”, relata. Nessa época Ronaldo tinha 12 anos. O discurso dos catadores se repete, “É melhor está aqui do que arrombando as portas de alguem por ai.”, confessa um; “Tem gente roubando, matando e nós estamos trabalhando no lixão.”, repete outro. Repete-se o discurso e a realidade. Grande parte dos catadores reside no Parque Dagma Maza, vila que circunda o aterro, maioria tem pouca escolaridade e todos não tiveram melhores oportunidades.
Por Jeymeson Veloso
Nenhum comentário:
Postar um comentário